Clube BMW Portugal

Caros,
Uma boa parte do pessoal aqui do fórum conhece-me por ser uma pessoa desconfiada em relação ás mods (repro, box, linhas de escape, intercooler, injectores, turbo, etc). Até houve alturas em que pensei com os meus botões: "chega de ser tão desconfiado, se o pessoal está a aderir em massa ás repros, não deve haver problema" e quase me tinha decidido a largar os €€€. Até que li este artigo:

http://www.rri.se/function/functiondown ... erformance

Nele explicam como o pessoal fica iludido que o carro modificado aparenta ter mais cavalos quando na realidade o carro está desequilibrado. Explicam também qual é o procedimento correcto para aumentar a performance. Eles começam por instalar uma nova linha de escape, depois um novo intercooler e finalmente uma repro. Depois sugerem que é possível tirar mais cavalos do carro mudando o turbo e injectores, mas que os custos associados são superiores á trocar de carro por outro com mais performance.

Leiam e tirem conclusões.

Se vendesses fruta, dizias que chocolate é que era bom?

"Aparenta ter mais cavalos"? Isso não faz qualquer sentido, muitos carros são medidos antes e depois, se os cavalos aparecem medidos, é porque estão lá (desde que o banco seja decente).

Relativamente a por vezes mais valer trocar de carro, é verdade.. Na minoria dos casos.

Obviamente que há pessoal que abusa do material de origem e depois pensa que pode conduzir os carros como se tivessem de origem, nesses casos claro que dá buraco. Eu posso dizer que já ando há algum tempo com muito mais potência que a de origem (cerca de 30% extra, partindo do principio que o 20d 150cv mede 160 de origem!) apenas com electrónica, catalizadores fora e intercooler maior e até agora 0 problemas. Claro que não sou gajo de fazer a VDG a fundo de ponta a ponta. Quanto mais se abusar da mecânica, menos potência se pode ter mantendo o material de origem. É ai que muita gente "falha", ao não cumprir esse compromisso.

De qualquer maneira, PDF com informação muito útil. :fixe

EDIT: Bom, após ler atentamente o .pdf vejo que fizeste uma interpretação baseada na ideia pré-concebida que tinhas das repros e afins.

Vou tentar explicar a afirmação anterior por pontos:

• Eles começam por dizer que o problema em geral é o pessoal acreditar que é só ir comprando peças e somando os cavalos, o que é uma verdade absoluta, não é só montar material e ver cavalos a nascer.
• Focam também o ponto de ser possível pôr um carro mais rápido, ao contrário do que o pessoal espera, que é "um carro de corrida com um chip e um escape".
• O escape e o intercooler foi o que eles decidiram usar para este estudo em concreto, não indicando que é a melhor solução para todos os casos, o que num carro é verdade, no outro pode não ser.. O turbo de origem de x carro pode ter maior margem, os injectores de y mais, etc etc.
• O artigo fala sobre a afinação de um motor OTTO, que é de longe mais sensível que a afinação de um diesel.
• O motor em causa, mesmo dentro dos motores turbo a gasolina é algo limitado para ganhos de potência via alteração electrónica, um 2.0 TFSI por exemplo consegue o dobro dos ganhos percentuais em relação ao 1.8T 150cv.

Por agora será tudo, se me lembrar de mais algum ponto edito outra vez.

cap Escreveu: Quanto mais se abusar da mecânica, menos potência se pode ter mantendo o material de origem. É ai que muita gente "falha", ao não cumprir esse compromisso.

Menos potência ou menos fiabilidade?

De facto é isso que acontece. Já de origem sabemos que há cuidados a ter e andar sempre a fundo não dá muita saude ao motor. Alterados mais cuidados ainda se devem ter.

O que eles mostram no artigo é que fazendo mods individuais, o Passat 1.8 fica desequilibrado e que é muito provável que isso aconteça com a maior parte dos carros. Ou seja o carro fica com mais cavalos mas o conjunto todo está desequilibrado. Só quando combinaram as 3 mods (linha, cooler e repro) é que atingiram um bom compromisso de performance.

Na minha opinião o que eles afirmam é que para se tirar o melhor partido do material que foi montado, é essencial uma afinação como deve ser.

-- Quinta Jul 15, 2010 11:13 am --

Crow Escreveu:

cap Escreveu: Quanto mais se abusar da mecânica, menos potência se pode ter mantendo o material de origem. É ai que muita gente "falha", ao não cumprir esse compromisso.

Menos potência ou menos fiabilidade?

Quanto mais se abusar em termos de utilização (kms a fundo e etc), menos puxada em termos de potência pode ser a afinação (para n partir).

Quanto acham que custa uma brincadeira dessas cá em Portugal (linha + cooler + repro) ?

O Cap disse tudo.
Nao digo um bom chiptuner. Digo um chiptuner, porque o zé do cabo curioso pode ser tudo menos um chiptuner, tem que saber o que está instalado e em que condições funciona. Por isso há muito material de diagnóstico e leitura ( sensores, manometros, etc... ) capazes de fornecer as informações que o chiptuner precisa para conceber a alteração da electrónica.

-- Quinta Jul 15, 2010 12:19 pm --

rafias Escreveu:Quanto acham que custa uma brincadeira dessas cá em Portugal (linha + cooler + repro) ?

Linha do zé do escape €250-€300. De casa conceituadas €1000-€1500.
Intercooler do zé do intercooler ( eu ) - €125. De casa conceituada €500 para cima. E sempre a somar o trabalho.
Repro do zé do cabo desde €0 a €500. De chiptuner conceituado desde €300. As casas de renome só baixam o preço em que funcionavam ha 5 anos ( €500 para cima ) devido aos cabos dos chineses.

rafias Escreveu:Quanto acham que custa uma brincadeira dessas cá em Portugal (linha + cooler + repro) ?

Vou dar o exemplo para o 20d 150cv.

€375 repro numa das únicas pessoas a quem eu confiaria uma ecu minha + ~200 do cooler + ~150 de tirar os kats.

No entanto se tens o motor 20d de 136cv, o sistema de injecção é algo limitado e assim que se remove essa limitação aparece o turbo como "bottleneck", nesse caso ou se investe mais qq coisa colocando o turbo do 150 e respectivo sensor map ou mais vale ficar só mesmo pela repro, onde os ganhos de binário são muito notórios mas não se ganha MTO em potência máxima.

Tambem tenho um cabo dos chineses, mas nao sou chiptuner nem zé do cabo.

cap Escreveu:No entanto se tens o motor 20d de 136cv, o sistema de injecção é algo limitado e assim que se remove essa limitação ...

O meu motor é o 136cv/280Nm. Estás a referir-te a mudança de injectores?

cap, Li mal. De manhã ainda tinha os olhos mal abertos.

rafias Escreveu:O meu motor é o 136cv/280Nm. Estás a referir-te a mudança de injectores?

Bicos de injector, trocar por uns de capacidade superior. Há alguns exemplos aqui no fórum. Tudo depende também da potência que pretendes atingir. Só repro são 150/155cv.

cap Escreveu:

rafias Escreveu:O meu motor é o 136cv/280Nm. Estás a referir-te a mudança de injectores?

Bicos de injector, trocar por uns de capacidade superior. Há alguns exemplos aqui no fórum. Tudo depende também da potência que pretendes atingir. Só repro são 150/155cv.

O que, tendo em conta o escalonamento da caixa 5 (corta em 5ª), me parece já muito razoável.

Sei que em algumas casas retiram o limitador, fazendo o carro 5000rpm.

Pergunto, se essas quinhentas e picos rpm são aproveitáveis, ou se é apenas para ter valor simbólico.

E se, em baixas rotações, se pode observar uma melhoria significativa.

Tens melhor desempenho em toda a faixa de RPM. Nao tenhas duvidas. O problema é o excesso de RPM. Vai tirando saúde ao motor. Mas todos caminham para a morte!

Continuo a achar que fazer só repro não é saudável a não ser que se faça numa casa com todo o equipamento de diagnóstico e testes, por forma a permitir uma afinação óptima de modo a evitar que o conjunto todo trabalhe fora das tolerâncias. E uma repro dessa qualidade custa caro o que a põe em causa no caso dos motores 136cv. Quanto a tirar o limitador de rpm eu acho pouco sensato, pois o motor já atingiu a potência máxima ás 4000 rpm.