Todos sabemos como travar, mas porque não ter também umas luzes de como tudo se processa a partir do momento em que pisamos o pedal do travão.
Principais Componentes do sistema de travagem
Discos
Giram com o pneu e a roda e localizam-se quase sempre no eixo dianteiro. No entanto, nos veículos de maior cilindrada ou potência podem localizar-se também no eixo traseiro.
Quanto maior for a superfície dos discos mais eficaz será a travagem e a capacidade de absorção de calor. O material e o peso dos discos têm ainda um papel importante na dinâmica do veículo.
Existem vários tipos de discos:
- Discos Ventilados: permitem que o ar ajude a arrefecer os discos quando solicitados e consequente melhoria da eficiência.
- Discos Perfurados: permitem um maior movimento do ar e logo um maior arrefecimento dos discos. São ligeiramente mais leves e permitem a saída dos gases formados pela fricção das pastilhas nos discos.
- Discos Mistos: são simultaneamente perfurados e ventilados, conciliando as vantagens de ambos.
Tambores
Rodam com o pneu e a roda e localizam-se no eixo traseiro.
Pastilhas de travão
São pressionadas contra os discos.
A área e o material usado são o mais importante.
Quando solicitadas pelo pedal do travão, pressionam os discos fazendo o veículo reduzir a velocidade ou parar. Um chiado ou silvo pode indicar que já estão ou estarão prestes a ficar gastas, falta de afinação da suspensão ou do sistema de travagem.
Maxilas de travão
São pressionadas contra os tambores. Juntamente com o tambor são responsáveis pela travagem das rodas traseiras nos veículos que não estão equipados com discos nas quatro rodas.
Quanto maior for a força exercida melhor será a travagem.
O automobilista pode perceber que estão gastos se no decurso de uma travagem o sistema demorar mais tempo a reagir.
Líquido de Travões
A sua principal função reside na transferência da força aplicada pelo pedal do travão através de tubos, os êmbolos. Quanto maior for a pressão melhor será a travagem.
Existem vários tipos de líquido e não se devem misturar tipos diferentes. O organismo que regulador que define as normas de composição dos diferentes tipos de líquido é o Department Of Transportation (DOT), daí que estes sejam denominados conforme se segue: DOT 3, DOT 4 ou DOT 5.
O líquido de travões deve ser mudado a cada dois anos, mesmo que o veículo circule pouco.
Tubagens do sistema de travões
Periodicamente, devemos verificar o estado das tubagens de borracha e das componentes de vedação de todo o sistema de travagem.
A temperatura elevada, o contacto com óleo e os detritos provocam maior desgaste.
Os veículos mais antigos possuem um sistema de travagem equipado com um circuito simples pelo que o rompimento de um tubo coloca em risco a segurança dos ocupantes.
Nos veículos actuais, o circuito de travagem é duplo o que permite ao condutor identificar os danos nas tubagens quando o pedal se torna “esponjoso” e começa a travar muito em baixo.
Como funciona:
Quando o condutor pisa o pedal do travão acciona uma alavanca que por sua vez empurra um pequeno pistão dentro de um cilindro que ao recuar se enche com líquido de travões. O movimento do pistão dentro do cilindro bombeia o líquido através de pequenos tubos para cada roda, onde se força o contacto do revestimento dos travões com os discos ou tambores. A isto se chama processo de acção hidráulica que funciona da mesma forma que uma alavanca de travões.
Manutenção:
A substituição dos diferentes elementos do sistema de travagem depende do tipo de condução (desportiva ou não?, travagem ou utilização da caixa ?,...), do tipo de percurso (auto-estrada ou cidade?), do veículo (citadino ou break ?, gasolina ou diesel ?...) e da carga transportada pelo veículo. Mas existe sempre uma estimativa sobre a vida útil dos componentes:
Para as pastilhas: entre 40 000 kms e 45 000 kms (verificar todos os 15 000 kms); de qualquer maneira estas devem apresentar uma espessura mínima de 2 a 3mm
Para os discos: de duas em duas mudanças de pastilhas (80 000 a 90 000 kms). Todavia, eles devem ser substituídos se a espessura for inferior à cota de desgaste mínima (tabela do catálogo fornecedor), ou se aparecerem na superfície ranhuras pronunciadas, ou fissuras.
Para as pinças: o seu desgaste depende em grande parte da qualidade do óleo de travões. A sua substituição é normalmente efectuada a partir dos 100 000 kms
Para os travões de tambor: estes travões trabalham num ambiente fechado e portanto necessitam de uma limpeza regular, uma vez que é a poeira e a sujidade que provocam os ruídos e a deteriorização das peças mecânicas em movimento. A sua substituição efectua-se a partir do momento em que a espessura dos calços atingir um mínimo de 1,5 mm. Este trabalho deve acompanhado também pela substituição do cilindro de roda, das molas, etc..., ou seja de um kit completo. Em todos os casos esta operação efectua-se todos os 4 anos ou 100 000 kms .
Óleo de travões: a sua substituição deve ser efectuada a cada dois anos. Para saber concretamente o estado do óleo, é possível testar o grau de ebulição que não deve ser inferior a 170º.
Se a luz se acender (caso o veículo tenha avisador): Se a luz de desgaste das pastilhas se acender , não espere muito mais tempo para as substituir. Tem entre 1000 e 2000 kms antes que estas comecem a atacar os discos.
Após a substituição de discos ou pastilhas é necessário fazer uma pequena rodagem : evite as travagens longas e /ou bruscas durante os primeiros 300 kms.
Importante: um sistema de travagem nunca poderá ser verdadeiramente aproveitado se os amortecedores e os pneumáticos não estiverem em bom estado.
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